Isso não é um post sobre o quanto eu leio ou o quanto amo ler, na verdade é um post muito mais ligado ao desapego do que à literatura.
Dias atrás o Inácio me presenteou com o direito de escolher alguns livros na Amazom (sim, tenho um namorado carinhoso), e escolhi dois da Alice (coleciono versões), e o de desenhos da Sylvia Plath que estava desejando há décadas (pretendo falar sobre eles aqui no blog). E deliciosamente os livros chegaram muito rapidinho aqui em casa (Amazon, eu realmente sou apaixonada por você). Ao abrir a caixa me surpreendi com a beleza dos livros. Rapidamente me sentei no chão e fui mostrar para a Eleonora o livro A pequena Alice no país das maravilhas, comprado pensando nela, já que essa é uma versão do próprio Lewis Carroll voltada para crianças de até 5 anos de idade. O livro, assim como eu e a Eleonora ficaram ali, no chão da sala mesmo. Observamos as ilustracões e ela passou algumas páginas de maneira pouco carinhosa. Ao pedir para ele ter cuidado, me veio um pensamento recorrente que tenho sobre os livros.
Por que as pessoas são excessivamente cuidadosas com esses objetos?
Certo dia, mostrei ao Inácio uma foto linda de um quarto, onde haviam livros no chão ao lado da cama. Ele apontou em direção aos livros e disse: “isso eu não acho legal”, e completou argumentando que livros não são para decoração, e sim para serem lidos e guardados com muito cuidado.
Óbvio que discordei!
Os livros são sim para serem lidos, absorvidos, amados, mas… Eu não os trato como objetos sagrados, que não possam ficar no chão ou serem carregados para cima e para baixo.
Eu tinha um professor que sempre carregava seus livros separadamente dentro de um saquinho plástico, muito bem selado. Tudo muito limpo e muito bem cuidado. Os livros dele tinham aspecto de livros recém chegados da livraria, e meu pensamento foi: “credo, que toque, que medo!”
Sério, os livros são para isso tudo mesmo?
São objetos a serem tratados como uma preciosidade rara?
Bem, para mim, suas histórias são preciosidades. O livro; este é apenas um lindo OBJETO que merece sim ser tratado com carinho (falo isso todos os dias para Eleonora), para que dure a maior quantidade de tempo possível.
Mas ele também é para estar sempre com você! Ser carregado na bolsa, ter páginas sublinhadas, com anotações ao lado e até mesmo com desenhos (meu antigo hábito, eu vivia desenhando em meus livros).
Dessacralize o objeto livro!
Sublinhe, faça marcações, até mesmo use as páginas como ‘marca página’ dobrando-a, por quê não?
Espalhe eles pela casa, mantenha um sempre ao alcance da mão. Durma com alguns em cima da cama…
Apenas não tenha medo estragar/enfeiar o seu livro.
Eu entendo que há muitas pessoas, organizadas e cuidadosas que jamais fariam essas coisas com seus livros, respeito, e até acho bonito. Mas somente quando isso não é uma espécie de obsessão ou uma sacralização do objeto.
Ame sim os livros, mas ame sem preocupação, sem peso (se é que isso é possível ou faz algum sentido)
Aqui em casa, tem livros em todos os cômodos. Quanto ao Inácio, acho que ele já se desapegou e se acostumou com tudo isso, acho… XD
Tenham uma linda semana!
Eu sou cuidadosa com meus livros ~ e sou dessas que empresto, mas espero que a pessoa tenha um certo cuidado com eles. Mas não sou cheia de “não me toques” com relação aos livros não, acho que vale escrever, marcar, USAR mesmo, sem restrições.
Esse receio de “macular” o livro pode vir de uma época em que os livros eram mais caros e raros, e deveriam necessariamente servir a várias pessoas, a várias gerações. Imagino que todo esse cuidado possa vir daí… Mas sou a favor de livros livres, em todas as partes da casa.
Sim, também sou até cuidadosa, eu só não sou ao ponto de não escrever nas páginas, não marcar, etc. =}
Eu sou cuidadosa a ponto de pensar bem antes de emprestar (para quem irei emprestar), mas eu gosto de deixar os meus espalhados pela casa como decoração..
É uma forma das pessoas te conhecerem, seus gostos.. ^^
Eu já coleciono os livros da história Pollyanna conhece?
Beijos
Adoro livros por toda a casa, são charmosos. rsrs
Sim, conheço. =}