“Ela quer que a vida seja fácil e cheia de lembranças agradáveis” Fitzgerald, 1932: 15 Já tem bastante tempo que comprei esse livro, e já tem um tempinho que terminei de lê-lo. Eu sempre fui curiosa para ler alguma coisa dos Fitzgerald, especialmente da Zelda, pois já tinha ouvido falar muito bem da escrita dela.
Comprei esse livro meio que por acaso, quando uma amiga ia fazer uns pedidos na amazon brasil e perguntou se eu não queria pedir nada, o propósito era fazer com que o frete ficasse grátis (tanto eu quanto ela nos sentimos bastante desestimuladas a comprar algo com frete. Na verdade muitas vezes o valor do frete me faz desistir de comprar), daí encontrei essa versão lindíssima de Esta valsa é minha por apenas 18 reais, claro que tive que pedir.
Quando o livro chegou, todos ficaram impressionados com a beleza da capa. Ela tem uma ilustração linda e foi impressa em um material meio metalizado. Simplesmente encantadora.
Sobre o romance, não irei me aventurar muito em escrever detalhadamente sobre, pois já faz um tempinho bom que o li (o mesmo aconteceu quando vim falar aqui um pouco sobre Vida querida da Alice Munro… Tenho que aprender a fazer a postagem sobre os livros ainda com as histórias fresquinhas em minha mente).
Esta valsa é minha é o único romance de Zelda, e foi escrito em apenas 6 semanas durante os dias que esteve em um hospital psiquiátrico (local de onde ela nunca saiu, pois morreu tragicamente queimada durante um incêndio no hospital).
A primeira coisa que comentei com uma amiga sobre o livro foi que eu fiquei encantada com a forma como ela escreve, ela seleciona palavras que tornam sua escrita levemente poética. O romance é auto biográfico, narra os mesmos acontecimentos da vida real de Zelda (no livro representada por Alabama) e Scott (no livro, David Knight). Durante toda a leitura do romance, me senti bastante envolvida com a parte em que Alabama se dedica, depois de adulta, ao ballet (talvez porque eu, até pouco tempo atrás estava procurando por aulas de ballet para adultos). Ela se dedica exaustivamente à dança, mesmo sendo cercada por uma série de pessoas que a desestimulam muito, justamente por ela ter “passado” da idade para iniciar tal façanha. E Zelda, na vida real também se dedicou ao ballet depois de adulta, mas ao contrário de Alabama, Zelda desiste da dança.
Para quem assistiu Meia noite em Paris de Woody Allen, Zelda aparece no filme exatamente da maneira como sempre a imaginei (na verdade, creio que todos tenham uma visão semelhante a respeito dela), doidinha, agitada e sempre querendo mais e mais festas…
Como de costume, destaquei no livro algumas frases e passagens que me chamaram a atenção.
“Alabama tinha uma consciência forte de sua própria insignificância, da vida passando enquanto besouros cobriam os frutos úmidos das figueiras com a atividade estática de um bando de moscas sobre uma ferida aberta” pg 46
“Ela sinceramente não se incomodava nem um poco com a solidão” pg178
“Olhar nos seus olhos era uma ilusão de optica” pg 222
Depois de Esta valsa é minha (ou antes dele, não sei ao certo) li Scott Fitzgerald, O grande Gatsby, e Hamingway, París é uma festa, e esses livros me fizeram ficar profundamente encantada com a literatura produzida na era do Jazz, agora quero conhecer mais, muito mais.
Enfim, gostei muito do livro, matei minha curiosidade. Lamento a vida não ter dado mais tempo para Zelda escrever mais que um romance e lamento mais ainda por ela ter tido um fim tão triste depois de longos dias de festas…
Desejo a todos um maravilhoso final de semana