Faz tanto tempo que li Vida querida de Alice Munro que qualquer tentativa de falar detalhadamente sobre o livro seria um fracasso.
Mas desde que o li pela primeira vez eu tenho vontade de fazer um post sobre ele, mas aí o tempo foi passando, passando e Vida querida acabou ficando de escanteio.
O que posso dizer sobre o livro diz respeito à sensação que senti ao ler os contos. Tive a impressão que o sentimento de perda é o elo que liga todas as histórias, que nessa coletânea de contos são histórias “simples”, corriqueiras e intensas, todas falam muito sobre o cotidiano, um cotidiano pouco incomum e que poderia ser de qualquer um de nós.
Gosto muito de histórias assim, sem dramas apelativos, que preservam uma simplicidade e leveza no estilo da narrativa, mas que são bem intensas, exatamente como nossas vidas.
O que atraiu meu olhar para esse livro fo,i sem sombra de dúvidas, primeiramente a capa. “Viajei” muito na capa, ela me deu um sentimento bom e sutil de nostalgia, algo emocionante e que realmente mexeu com meus sentimentos (ahh, o poder da imagem…), juntamente com a beleza da capa, o título do livro é de um encanto à parte, típico título que me atrai. Logo em seguida, fui ler um pouco sobre o livro e me dei conta que ele foi escrito pela Alice Munro; daí não tive dúvidas, tive que colocá-lo na minha lista de livros desejos (e que o namorado muito gentilmente fez o favor de comprar todos os livros que estavan na lista, já falei isso por aqui…). Já tinha ouvido falar sobre ela. Alice Munro despertou minha curiosidade por ser uma senhora de mais de 80 anos que ainda escreve, e faz isso muito belamente. Ela disse em entrevista que Vida querida seria seu último livro mas ela já disse isso em relação a obras anteriores, porém, infelizente não duvido que essa seja sua última obra, justamente pela idade avançada da autora. Ela confessou que já começa a esquecer nomes… (Achei isso terrivelmente triste). Através de Vida querida, ela ganhou o nobel de literatura em 2013 e em 2014 ganhou mais uma fã, eu! =}
Ainda não comprei mais nenhum outro livro dela, mas tenho vontade de conhecer mais. Ela tem obras com nomes lindíssimos, além de Vida querida (não me canso de achar lindo esse título), tem O amor de uma boa mulher, Felicidade demais, Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento.
Para quem gosta de ler sobre a estranha e fascinante simplicidade da vida e adora contos, mais que indico Alice Munro.
Ah, e sobre o título do post, “Minha antiga felicidade” foi retirado de algum dos contos do livro. Essa frase aparece algumas vezes no meu caderno de artista (caderno que os professores nos aconselham a manter. Nele é onde guardo meus devaneios em formato de palavras e rabiscos), mas não sei por qual razão não anotei a página onde está essa frase no livro. Eu sou do tipo que rabisco os livros, coloco post-it, uso marcador, escrevo e até desenho… Enfim, localizar essa frase é uma boa razão para reler o livro. =]
Vida Querida
Alice Munro
Contos
316 páginas
Companhia das letras